sexta-feira, 5 de maio de 2006

General da banda

Linda Batista
Uma das músicas mais cantadas no carnaval de 1950 foi o samba "General da Banda", inspirado num ponto de macumba. Daí seus versos estranhos - "Mourão, mourão, vara madura que não cai / Mourão, mourão, oi catuca por baixo que ele vai" -, razão principal do sucesso.

Embora gravado também por Linda Batista, este samba teve como intérprete principal o cantor Blecaute, que se identificou com a composição a tal ponto que, a partir de então, passou a ostentar em suas apresentações uma colorida fantasia de "General da Banda", cheia de alamares e dragonas

General da banda (samba/carnaval, 1950) - Satyro de Melo, Tancredo da Silva Pinto e José Alcides

Disco 78 rpm / Título da música: General da banda / Autoria: Alcides, José (Compositor) / Melo, Sátiro de (Compositor) / Silva, Tancredo (Compositor) / Batista, Linda, 1919-1988 (Intérprete) / Regional (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1949 / Nº Álbum 800632 / Lado A / Lançamento: 1950 / Gênero musical: Batucada



-----C ------------------F ------C ------Am
Chegou o general da banda ê! ê!
-------D7 ---------------G7----- C -----G7
Chegou o general da banda ê! á!
-----C------------------ F------ C
Chegou o general da banda ê! ê!
Am--- D7--------------- G7----- C
Chegou o general da banda ê! á!

Mourão! Mourão!
------------F -------------C
Vara madura que não cai
------------------F
Mourão! Mourão!
--------------------G7------------ C----- G7
Oi, catuca por baixo / Que ela vai (ôba)


Fontes: Instituto Moreira Salles - Acervo musical; A Canção no Tempo - Volume 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

Daqui não saio

Daqui Não Saio (marcha/carnaval, 1950) - Paquito e Romeu Gentil

Disco 78 rpm / Título: Daqui não saio / Autoria: Paquito (Compositor) / Gentil, Romeu (Compositor) / Vocalistas Tropicais (Intérprete) / Regional (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 30/09/1949 / Álbum 12963 / Lado A / Lanç.: 12/1949 / Gênero: Marcha



(Dm) ----------A7 ----------------------Dm
Daqui não saio / Daqui ninguém me tira. (bis)
-------Gm------------- Dm --------Gm ----------------------Dm
Onde é que eu vou morar / O senhor tem paciência de esperar
--------------------------A7-------------------------- Dm
Ainda mais com quatro filhos / Aonde é que vou parar (bis)

C7------------------------- C -------------------A7
Sei que o senhor tem razão / Pra querer a casa pra morar
-----------F----------------------- C7------------------- F
Mas aonde eu vou ficar / No mundo ninguém perde por esperar
---------------------A7 ---------------------Dm
Mas já dizem por aí / Que a vida vai melhorar

Forró de Mané Vito

Luiz Gonzaga
Forró de Mané Vito (forró, 1950) - Luiz Gonzaga e Zé Dantas

Disco 78 rpm / Título da música: Forró de Mané Vito / Autoria: Gonzaga, Luiz (Compositor) / Dantas, Zé (Compositor) / Gonzaga, Luiz (Intérprete) / Acompanhamento (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 10/11/1949 / Nº Álbum 800668 / Lado B / Lançamento: Julho/1950 / Gênero musical: Não identificado

Tom: E
  
(intro) E   A   E    B7    E

Seu delegado, por Nossa Senhora Doutor, 
eu nao matei o homem nao, so dei uns risquinhos, 
o cabra era um cabra morredor, Doutor, 
juro por Nossa Senhora

             E
Seu delegado digo a vossa senhoria
             A                     B7         E
Eu sou filho de uma familia que nao gosta de fuá

Mas trasantonte no forro de Mané Vito
                 B7                  E
Tive que fazer bonito, a razao vou lhe explicar

          A                           E
Vitola no ganza, Preá no reco-reco
          B7                                 E
Na sanfona Zé Marreco, se danaram pra tocar
           A                               E
Pra qui, pra li, pra la, dancava com Rosinha
           B7                                 E
Quando o Zeca de Saminha, me proibe de dancar

Seu delegado sem encrenca eu nao brigo
               A                     B7         E
Se ninguem buli comigo, nao sou homem pra brigar

Mas nessa festa, Seu Doutor perdi a calma
                   B7                  E
Tive que pegar nas armas pois nao gosto de apanhá

            A                           E
Pra Zeca se assombrar, mandei parar o fole
            B7                                     E
Mas o cabra nao è mole quis partir pra me pegar
             A                               E
Puxei do meu punhá, soprei no candieiro
             B7                                 E
Botei tudo pro terreiro, fiz o samba se acabar

(  E   A   E   B7  E )
Seu delegado, juro por Deus dotô, 
eu sou fi de boa familia dotô, 
eu sou um homi direito dotô ( ta conversando sujeito) 
faça isso nao dotô, faça isso nao dotô.

(repete tudo)

Ah ai dotô, visse? Fiz ou nao fiz direitinho? 
Mas juro pro sinhor hein, sou fi de boa familia, 
faça isso nao dotô.

Cintura fina

Cintura fina (xote, 1950) - Luiz Gonzaga e Zé Dantas

Disco 78 rpm / Título da música: Cintura fina / Autoria: Gonzaga, Luiz (Compositor) / Dantas, Zé (Compositor) / Gonzaga, Luiz (Intérprete) / Acompanhamento (Acompanhante) / Imprenta[S.l.]: RCA Victor, 1950 / Nº Álbum 800681 / Lado B / Gênero musical: Chótis

Tom: A  

Intro: E Bm G#m F#m B7 E7 A B7 E

         D    A         E
Minha morena venha pra cá
            F#m        B7              E      A         E
Pra dançar xote, se deite em meu cangote e pode cochilar
          D       A        E
Tu és "muié" pra homem nenhum
         F#m         B7        E
Botar defeito, por isso satisfeito,
       A            E
Com gosto eu vou dançar

REFRÃO:

     C#m        F#m         B7        E
Vem cá cintura fina  /  Cintura de pilão
     C#m      F#m         B7          E
Cintura de menina  /  Vem cá meu coração
     C#m        F#m         B7        E
Vem cá cintura fina  /  Cintura de pilão
    C#m       F#m          B7         E
Cintura de menina  /  Vem cá meu coração

            F#m           B7        E
Quando eu abarco essa cintura de pilão
       C#m       F#m
Fico frio, arrepiado
       B7          E
Quase morro de paixão
             B7          F#m           E
E fecho os olhos quando sinto o teu calor
          C#m          F#m
Pois teu corpo só foi feito
         B7        E
Pro fuxico do amor

REFRÃO:

     C#m        F#m         B7        E
Vem cá cintura fina  /  Cintura de pilão
     C#m      F#m         B7          E
Cintura de menina  /  Vem cá meu coração
     C#m        F#m         B7        E
Vem cá cintura fina  /  Cintura de pilão
    C#m       F#m          B7         E
Cintura de menina  /  Vem cá meu coração

(E Bm G#m F#m B7 E7 A B7 E)

         D    A         E
Minha morena venha pra cá
            F#m        B7              E      A         E
Pra dançar chote, se deite em meu cangote e pode cochilar
          D       A        E
Tu és "muié" pra homem nenhum
         F#m         B7        E
Botar defeito, por isso satisfeito,
       A            E
Com gosto eu vou dançar

REFRÃO:

     C#m        F#m       B7        E
Vem cá cintura fina / Cintura de pilão
     C#m      F#m         B7          E
Cintura de menina  /  Vem cá meu coração
          C#m        F#m        B7        E
(ÔÔ) Vem cá cintura fina / Cintura, cinturinha
    C#m       F#m              B7        E
Cintura cintadinha,  /  Fina, fina, finazinha
    C#m       F#m             B7        E
Cintura emborcadinha, / bem fininha de pilão
     C#m      F#m         B7         E
Cintura de menina /  Vem cá meu coração

Cadeira Vazia

Alcides Gonçalves
Samba-canção de Lupicínio Rodrigues, um mestre do gênero. Teve a parceria de Alcides Gonçalves, mas o nome de Alcides não apareceu nem na edição impressa nem no selo do disco original de Chico Alves (Odeon 12986-A, de 2 de dezembro de 1949, lançado em março de 50, matriz 8606), o que provocou certo estremecimento entre ele e Lupi. O erro só foi corrigido posteriormente, em reedições deste registro em LP e CD (Fonte: Samuel Machado Filho - Youtube).

Cadeira vazia (samba-canção, 1950) - Lupicínio Rodrigues e Alcides Gonçalves

Disco 78 rpm / Título da música: Cadeira vazia / Autoria: Rodrigues, Lupicínio, 1914-1974 (Compositor) / Alves, Francisco (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1949 / Nº Álbum 12986 / Lado A / Lançamento: 1950 / Gênero musical: Samba canção

Am7        Bm5-/7    E7   Am
Entra, meu amor, fica à vontade
Em5-/7  
E diz com sinceridade
A7     A/G      Dm/F Dm/E Dm
o que desejas de mim
B7/9-         E5+/7          Am7   Am/G
Entra, podes entrar, a casa é tua
   F#m5-/7         B7      E7+
Já te cansastes de viver na rua
       A/B               E7
E os teus sonhos chegaram ao fim
Am7        Bm5-/7 E7       Am7
Eu sofri demais quando partiste
                   Em5-/7
Passei tantas horas triste
A7     A/G        Dm7+  Dm7
Que nem quero lembrar esse dia
B7/9+       E5+/7            Am7
Mas de uma coisa podes ter certeza
F7                 A#7+
O teu lugar aqui na minha mesa
E7+               A7+
Tua cadeira ainda está vazia
C#7/9+      F#5+/7       Bm7
Tu és a filha pródiga que volta
G#m7       C#7-/9  F#m7
Procurando em minha porta
B7/9        D/E
O que o mundo não te deu
A7+           B4/7     B7      E7+
E faz de conta que sou teu paizinho
             C#m7               F#m7
Que há tanto tempo aqui ficou sozinho
    B7/9                 Bm7  E7
A esperar por um carinho teu
    C#7/9+        F#5+/7       Bm7
Voltaste, estás bem, fico contente
G#m7       C#7/9            F#m7
Mas me encontraste muito diferente
         A7/9            D7+
Vou te falar de todo coração
  G7/9                       A7+
Eu não te darei carinho nem afeto
G6/7        F#6/7                    B7/9
Mas pra te abrigar podes ocupar meu teto
           A#7+         D/E      A7+
Pra te alimentar podes comer meu pão

Boneca de pano

Assis Valente
Boneca de pano (samba, 1935) - Assis Valente

Disco 78 rpm / Título da música: Boneca de pano / Autoria: Valente, Assis (Compositor) / Quatro Ases e Um Coringa (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1950 / Nº Álbum 800693 / Lado B / Dt. Lançamento: 1950 / Gênero musical: Samba

E7        Am
Boneca de pano
    E7           Am
Gingando, num cabaré
   A7                      Dm
Poderia ser bonequinha de louça
    E7
Tão moça
      Am
Mas não é         (bis)
    A            Gbm         Dbm
Um dia alguém a chamou de boneca
    D        Eb°         A       A7
E ela sendo mulher acreditou
  Dm
O tempo foi se passando
  Am
E ela se desmanchando
                    F7             E7      A7
Hoje quem olha pra ela não diz quem é
  Dm             Dm6
Em vez de boneca de louça
    Am          
Hoje é boneca de pano
       F7   E7     Am
Em um sombrio cabaré

Balzaquiana

Jorge Goulart
Balzaquiana (marcha/carnaval, 1950) - Antonio Nássara e Wilson Batista

Disco 78 rpm / Título da música: Balzaquiana / Autoria: Nássara, 1910-1996 (Compositor) / Batista, Wilson, 1913-1968 (Compositor) / Jorge Goulart (Intérprete) / Orquestra Tabajara (Acompanhante) / Araújo, Severino (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Continental, 18/11/1949 / Nº Álbum 16145 / Gênero musical: Marcha


Não quero broto
Não quero, não quero não
Não sou garoto

Pra viver mais de ilusão
Sete dias da semana

Eu preciso ver minha balzaquiana

O francês sabe escolher

Por isso ele não quer
Qualquer mulher

Papai Balzac já dizia
Paris inteiro repetia

Balzac tirou na pinta
Mulher, só depois dos trinta

Baião de Dois

Baião de Dois (baião, 1950) - Luiz Gonzaga e Humberto teixeira

Disco 78 rpm / Título da música: Baião de dois / Autoria: Teixeira, Humberto, 1916-1979 (Compositor) / Gonzaga, Luiz (Compositor) / Quatro Ases e um Coringa (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1950 / Nº Álbum 800698 / Lado A / Gênero: Baião


Abdom que moda é essa
Deixa quente a colher?
Homem não vai na cozinha

Que é lugar só de mulher

Vou juntar feijão de corda

Numa panela de arroz
Abdom vai já pra sala

Que hoje tem baião de dois

Ai, ai, ai

Ai baião que bom tu sois
O baião é bom sozinho

Que dirá baião de dois

Assum preto

Assum preto (toada, 1950) - Luiz Gonzaga e Humberto teixeira

Disco 78 rpm / Título da música: Assum preto / Autoria: Gonzaga, Luiz (Compositor) / Teixeira, Humberto, 1916-1979 (Compositor) / Gonzaga, Luiz (Intérprete) / Acompanhamento (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1950 / Nº Álbum 800681 / Lado A / Gênero musical: Toada

Dm
Tudo em vorta é só beleza
        D             Gm
Sol de Abril e a mata em frô
             Gm            Dm
  Mas Assum Preto, cego dos óio
2x            A7                 D
  Num vendo a luz, ai, canta de dor


     Dm
Tarvez por ignorança
      D       Gm
Ou mardade das pió
             Gm          Dm
  Furaro os óio do Assum Preto
2x           A7                  D
  Pra ele assim, ai, cantá de mió   (bis)


    Dm
Assum Preto veve sorto
   D           Gm
Mas num pode avuá
              Gm             Dm
  Mil vezes a sina de uma gaiola
2x            A7                Dm
  Desde que o céu, ai, pudesse oiá     (bis)


   Dm
Assum Preto, o meu cantar
  D                 Gm
É tão triste como o teu
            Gm        Dm
  Também roubaro o meu amor
2x          A7                 D
  Que era a luz, ai, dos óios meu  (bis)

Antonico

Ismael Silva
No samba "Antonico" Ismael Silva expõe de forma coloquial o tema pungente, e até certo ponto dramático, do pedido de auxílio para um amigo necessitado: "Ô Antonico, vou lhe pedir um favor / que só depende de sua boa vontade / é necessário uma viração pro Nestor / que está vivendo em grande dificuldade...". E é o efeito patético, produzido pela perfeita conjunção da letra com a melodia triste, que faz desta composição o maior sucesso da segunda fase de sua carreira.

Ismael sempre negou a possibilidade do samba ser autobiográfico. Na verdade, porém, ele viveria em 1939 uma situação semelhante à do personagem "Nestor", fato que está registrado numa carta de Pixinguinha ao musicólogo Mozart de Araújo e que bem poderia ter inspirado a composição.

Lançado por Alcides Gerardi, "Antonico" conta em sua discografia com outros intérpretes importantes como Gal Costa e Elza Soares.

Antonico (samba, 1950) - Ismael Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Antonico / Autoria: Silva, Ismael, 1905-1978 (Compositor) / Gerardi, Alcides, 1918-1978 (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 19/01/1950 / Nº Álbum 12993 / Lado B / Lançamento: Abril/1950 / Gênero musical: Samba

Am                   Am/G Am/C   Dm Dm/A Dm 
O Antonico,vou lhe pedir   um favor  
Dm/C       Bm7/5-      E7/B E7  Am  E7/5+  
 Que só depende da sua boa  vontade  
          Am        F#m7/5-     Em Em7 
E necessário uma viração pro Nestor  
           F#7              B7    F7  E7   
Que está vivendo em grande dificulda__de  
        Am        Am/G  Am/C      Dm    Dm/A Dm  
Ele está mesmo dançando  na corda bamba  
Dm/C     Bm7/5-   E7/B   E7      Em7(b5) A7  
 Ele e aquele que na   escola de samba  
      Dm7       Dm6         Am7/9  
Toca cuíca,toca surdo e tamborim  
         Bm7/5-  E7/B E7        Am E7/5+  
Faça por ele como se fosse por mim  
   
      Am        Am/G  Am/C   Dm  Dm/A Dm  
Ate muamba já fizeram pro rapaz  
Dm/C       E7/B          E7            Am E7/5+  
 Porque no samba ninguem faz o que ele faz  
           Am6         F#m7/5-        Em  Em7 
Mas hei de vê-lo muito bem,se Deus quiser  
      B4/7      B7          E7  
E agradeço pelo que você fizer.


Fontes: Instituto Moreira Salles - Acervo musical; A Canção no Tempo - Volume 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

Nunca mais

Stellinha Egg
Nunca mais (samba-canção, 1949) - Dorival Caymmi

Disco 78 rpm / Título da música: Nunca mais / Autoria: Caymmi, Dorival, 1914-2008 (Compositor) / Stellinha Egg (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1954 / Nº Álbum 801265 / Lado B / Gênero musical: Samba canção

G7M     G6     Bm7(b5)    E7(b9#5)    Am7(9)
Eu queria escrever                
Am7M(9)   Am7    F#m7(b5)    B7(#5)
Mas depois       desisti
Em7(9)  Em7/D G/A A7(b9) Am7(9) Am7M(9) C#m7(b5) F#7(#5)
Preferi te falar,    assim  a      sós
Bm7(9)   Bm7/A     D/E   E7(b9#5)   Am9
Terminar nosso amor                    
Am7M(9)      Am7    F#m7(b5)   B7(#5)  
Para       nós     foi melhor
Em7(9) Em7/D  G/A  A7(b9) Am7(9) Bm7 C7M D7(#5) D7(b9)
Para mim  é melhor  convém a nós    convém  amor
G9        G7M       Bm7(b5)    E7(b9#5)
Nunca mais vou querer os teus beijos           
Am7    Am7(9)   A7(13)   A7(b13)
Nunca mais
Am7(9)            C/D   D7(b9)   G7M   C/G   D/G   C/G
Nunca  mais   vou querer teu amor         nunca mais
Bm7(9)     G°7M        Am7(9)   Bm7(b5)   E7(#5)
Uma   vez   me pediste sorrindo,     eu voltei
Am7(9)   C/D   D7(b9#5) G7M(9) Am7(9) Bm7(9) Am7(9)
Outra vez  me pediste chorando,  eu voltei

Bm7(b5)          E7(b9#5)
Mas agora     eu não posso   e nem   quero
Am7M(9)   Am7(9)   A7(13)   A7(b13)
Nunca        mais,
Am7(9)           C/D    D7(b9#5)    G7M(9)
O que     tu     me fizeste, amor,         foi demais
Cm74                  G7M(9)
O que  tu   me fizeste, amor,      foi demais 

Normalista

Malu Mader: normalista
em "Anos Dourados"
Este samba é um hino de louvor à normalista, menina-moça que "Não pode se casar ainda, só depois de se formar". E é em seus versos que aparece primeira vez na MPB a expressão "brotinho em flor" e que até mereceu uma crônica de Carlos Drummond de Andrade, depois.

Romântica e ao mesmo tempo vibrante e alegre, "Normalista" foi inspirada num caso real de proibição de casamento, segundo conta David Nasser, no livro Parceiro da Glória: "A história se passou com a filha do coronel Félix Henrique Valois, interventor no Acre. Ela estava apaixonada por um tenente e, normalista, lutava por seu amor. O velho não queria consentir (...) no casamento e havia, de outro lado, a proibição do Instituto (de Educação)". Mas no final tudo deu certo, pois além de inspirar um belo samba, a moça se casou, com o consentimento do pai. "Normalista" tem letra de Nasser e música de Benedito Lacerda, o mesmo que em 1938 compôs o clássico "Professora".

Normalista (samba, 1949) - Benedito Lacerda e David Nasser

Disco 78 rpm / Título da música: Normalista / Autoria: Lacerda, Benedito, 1903-1958 (Compositor) / Nasser, David, 1917-1980 (Compositor) / Nelson Gonçalves, 1919-1998 (Intérprete) / Regional (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1949 / Nº Álbum 800595 / Lado A / Gênero: Samba


Am----------- E7----- Am ------------------E7------ Am
Vestida de azul e branco / Trazendo um sorriso franco
------------F -----E7---- F ----E7 -----------Dm6 ------E7
Num rostinho encantador /------- Minha linda normalista
----------Dm6-------- E7 -------------Am---- E7
Rapidamente conquista / Meu coração -----sem amor

Am --------E7------ Am ---------------A7
Eu que trazia fechado / Dentro do peito guardado
--------------Dm --A7--Dm -------Dm6------- Am
Meu coração sofredor /----- Estou bastante inclinado
----------------B7------ E7 -----------------Am---- E7
A entregá-lo ao cuidado/ Daquele brotinho em flor

----A--------- B7----- E7-------- D-------------- A
Mas a normalista linda / Não pode se casar ainda
----------E7---------- A----- E7 ---A---- B7-------- E7
Só depois de se formar / --------Eu estou apaixonado
------D ----------------A------------ E7 --------A--- F--- G--- A
O pai da moça é zangado / E o remédio é esperar



Fontes: Instituto Moreira Salles - Acervo musical; A Canção no Tempo - Volume 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

Mangaratiba

Em 1949, durante passagem pela cidade fluminense de Mangaratiba, Luiz Gonzaga se encantou pelas belezas naturais e por mulheres como Zazá, Carime, Ivete, Ana Maria e Leni. A admiração serviu de inspiração para o xote que leva o mesmo nome da cidade (Fonte: Belezas de cidade fluminense levaram o Rei do Baião a gravar xote 'Mangaratiba' - Portal EBC).

Mangaratiba (xote, 1949) - Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira

Disco 78 rpm / Título da música: Mangaratiba / Autoria: Gonzaga, Luiz (Compositor) / Teixeira, Humberto, 1916-1979 (Compositor) / Gonzaga, Luiz (Intérprete) / Acompanhamento (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1949 / Nº Álbum 800604 / Lado B / Gênero musical: Chótis

Tom: C
   G
Ôi, lá vem o trem rodanda estrada arriba
Pronde é que ele vai?
Mangaratiba! Mangaratiba! Mangaratiba!
        F                       C
Adeus Pati, Araruama e Guaratiba
               G                    C
Vou pra Ibacanhema, vou até Mangaratiba!
        F                           C
Adeus Alegre, Paquetá, adeus Guaíba
              F                      C
Meu fim de semana vai ser em Mangaratiba!
C7
Oh! Mangarati, Mangarati, Mangaratiba!
             C
Mangaratiba!
Lá tem banana, tem palmito e tem caqui
E quando faz liar, tem violão e parati
          C7                     F
O mar é belo, lembra o seio de Ceci
                C              G            C
Arfando com ternura, junto à praia de Anguiti
C7
Oh! Mangarati, Mangarati, Mangaratiba!
             C
Mangaratiba!
Lá tem garotas tão bonitas como aqui:
Zazá, Carime, Ivete, Ana Maria e Leni
       C7                       F
Amada vila junto ao mar de Sepetiba
                C             G
Recebe o meu abraço, sou teu fã
        C
Mangaratiba!
 F                   C7
Mangaratiba! Mangaratiba!

Juazeiro

Luiz Gonzaga
Como "Asa branca", "Juazeiro" é um tema popular adaptado por Luiz Gonzaga e Humberto teixeira. Simples, ingênua e de muito bom gosto, a letra (de Teixeira) transmite o lamento de um sertanejo, abandonado pela amada, que interroga a árvore, testemunha de seu amor: "Juazeiro seje franco ! ela tem um novo amô? / se não tem por que tu chora? / solidário à minha dô...".

O verbo "roer", que aparece em dois versos da canção, é muito usado no Nordeste com o significado de "remoer uma dor de cotovelo". Já a melodia aproxima-se do blues, com a sétima bemolizada - tão presente na música nordestina - e sua constante busca pela tônica.

Um clássico de nossa música popular, "Juazeiro" foi gravado indevidamente nos Estados Unidos,( segundo Humberto Teixeira) com título diferente e letra da cantora Peggy Lee, que alegou desconhecer a origem brasileira da composição. O fato repetiu em condições idênticas na França, onde transformou-se em "Le Voyageur".

Juazeiro (baião, 1949) - Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira

Disco 78 rpm / Título da música: Juazeiro / Autoria: Gonzaga, Luiz (Compositor) / Teixeira, Humberto, 1916-1979 (Compositor) / Gonzaga, Luiz (Intérprete) / Acompanhamento (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1949 / Nº Álbum 800605 / Lado A / Gênero musical: Baião

C7
Juazeiro, Juazeiro,
Me arresponda por favor
Juazeiro velho amigo
Onde anda meu amor?

F7     C7
Ai, Juazeiro
    G7            C7
Ela nunca mais voltou
F7      C7
Diz, Juazeiro
     G7        C7
Onde anda meu amor?

Juazeiro não te alembra
Quando nosso amor nasceu
Toda tarde a tua sombra
Conversava ela e eu

Ai, Juazeiro
Como dói a minha dô
Diz, Juazeiro
Onde anda o meu amô?

Juazeiro seja franco
Ela tem um novo amor?
Se não tem porque tu choras
Solidário a minha dor?

Ai, Juazeiro
Não me deixe assim doer
Ai, Juazeiro
Tô cansado de sofrer

Juazeiro meu destino
Tá ligado junto ao teu
No teu tronco tem dois nomes
Ela mesma é que escreveu

Ai, Juazeiro
Eu não guento mais doer
Ai, Juazeiro
Eu prefiro inté morrer


Fontes: Instituto Moreira Salles - Acervo musical; A Canção no Tempo - Volume 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

Lorota Boa

Lorota boa (polca, 1949) - Luiz Gonzaga e Humberto teixeira

Disco 78 rpm / Título da música: Lorota boa / Autoria: Gonzaga, Luiz (Compositor) / Teixeira, Humberto, 1916-1979 (Compositor) / Gonzaga, Luiz (Intérprete) / Acompanhamento (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1949 / Nº Álbum 800604 / Lado A / Gênero musical: Polca

C                    G                      C
Dei u'a carrera num cabra qui mexeu c'a Maroquinha
                  G                   C
Cumeçou na Mata Grande e acabou na Lagoinha!
                   Dm7                      C
Curri mais de sete légua, carregado cumo eu vinha
                 G                         C
Pois trazia na cabeça um balaio cheio de galinha
F   G   C
Oh, oh, oh! (2x)
       G                C
Qui mintira qui lorota boa (2x)
C                    G                    C
Certa noite muito escura atirei de brincadeira
                    G                     C
Espaiei dezesseis chumbo cum a minha atiradeira
                 Dm7                       C
No momento ia passando quinze patos no terreiro
                G                         C
Qui cairam fulminado, oi qui tiro mais certeiro
F   G   C
Oh, oh, oh! (2x)
       G                C
Qui mintira qui lorota boa (2x)
C                  G                    C
Uma coisa aqui no Rio qui me chamou atenção
                G                     C
Foi ver a facilidade qui se toma condução
                 Dm7                        C
Todo mundo confortave, seja em trem ou gostosão
                  G                           C
E os tais de trocadores, qui amáveis que eles são
F   G   C
Oh, oh, oh! (2x)
       G                C
Qui mintira qui lorota boa (2x)
C                    G                        C
Vou contar agora um caso qui astur dia assucedeu
                    G                       C
Minha sogra tá de prova que tal fato aconteceu
              Dm7                 C
Uma cobra venenosa viu a véia e mordeu
                      G                        C
Mais inveis da minha sogra foi a cobra que morreu
F   G   C
Oh, oh, oh! (2x)
       G                C
Qui mintira qui lorota boa (2x)
C                 G                         C
O meu primo Zé Potoca mente tanto qui faiz dó
                    G                     C
Me contou qui pegou água, inrolô e deu um nó
                   Dm7                        C
Qui mintira mais danada, qui conversa mais à toa
                    G                    C
Dá nó n'água né pussive, é lorota e das boa
F   G   C
Oh, oh, oh! (2x)
       G                C
Qui mintira qui lorota boa (2x)

Chuvas de Verão

Fernando Lobo
A obra de Fernando Lobo - ex-violinista da legendária Jazz Band Acadêmica de Pernambuco - pertence a uma fase importante da música brasileira, a fase dos sambas-canção de mesa de bar.

Renomado cronista do Rio, Fernando e seus companheiros de boemia, como Ary Barroso e Antônio Maria, colheram inspiração para muitas de suas músicas na efervescente vida noturna que levavam.

Essa vivência boêmia era, pode-se dizer, um prolongamento das atividades jornalísticas, suas e de outras figuras da noite, como Sérgio Porto, Rubem Braga, Paulo Mendes Campos e Lúcio Rangel. "Chuvas de Verão" reflete esse clima de confissões que prolongavam ou encerravam romances iniciados no ambiente das boates.

Lançada por Francisco Alves em 1949, talvez jamais se tornasse um clássico (isso era reconhecido pelo próprio Fernando), não fora a versão de Caetano Veloso, quase vinte anos depois. Naturalmente, a beleza da composição sempre existiu, mas Caetano soube aproveitar melhor o clima do rompimento amoroso, com uma delicadeza de tratamento que faltou à gravação original. Composta no modo menor (uma característica dos frevos-de-bloco do Recife, onde nasceu o autor), a canção tem seu momento culminante no verso que repete o título, definindo com lirismo e precisão a transitoriedade dos romances de ocasião.

Chuvas de verão (samba, 1949) - Fernando Lobo

Disco 78 rpm / Título: Chuvas de verão / Autoria: Lobo, Fernando, 1915-1996 (Compositor) / Alves, Francisco (Intérprete) / Panicali, Lírio (Acompanhante) / Orquestra Odeon (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 17/08/1948 / Nº Álbum 12923 / Gênero: Samba canção

Dm        Dm7             Bb7   A7
Podemos ser amigos simplesmente
 Bb7      A7          Dm  Bb7   A7
Coisas do amor, nunca mais
 Dm          Dm/C        Am
Amores do passado, no presente
  E7                        A7
Repetem velhos temas tão banais
Dm             Dm/C           Bb7
Ressentimentos passam como o vento
                 A7
São coisas do momento
    Am            D7
São chuvas de verão
    Am7      D7               Gm
Trazer uma aflição dentro do peito
       C7           F
É dar  vida a um defeito
     E7          A7     Dm
Que se extingue com a razão
C7
Estranha no meu peito
F
Estranha na minha alma
C7
Agora eu tenho calma
F              A7
Não te desejo mais . . . .
Dm            Dm/C            Bb7
Podemos ser amigos, simplesmente
Gm          A7           Dm
Amigos, simplesmente e nada mais.


Fonte: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.